No entanto, a essência
humana permanece a mesma: inalterada ante a miríade de anos de evolução das
almas humanas. E é nesse caos evolutivo, que entidades evoluídas de todas as
linhas de atuação (cristianismo, judaísmo, hinduísmo, budismo, religiões afro e
afro-brasileiras, cultos indígenas e aborígenes, etc.) vem nos relembrar
através de seu exemplo em memória e através de sua ação constante no nosso
plano de existência que a base da evolução humana é a cooperação.
Cooperar é agir em
conjunto. Mas, se nos lembrarmos de que não existe ação sem pensamento, sem
ideia, cooperar é acima de tudo PENSAR em conjunto. São as nossas intenções, as
nossas vontades que devem ser mudadas primeiramente. Devemos deixar para trás o
ego e o egoísmo e manifestar a vontade perene de auxiliar e crescer. Apenas
quando formos capazes de unir nossas intenções (e este é o conceito de
egrégora) é que seremos capazes de realmente (e eternamente) modificar a
existência humana e nossa coexistência.
"Põe,
sem demora, tuas boas intenções em prática, nunca deixando nenhuma delas
permanecer apenas na intenção."
Helena Petrovna
Blavatsky - Ocultismo Prático, pag. 75
Não existe então,
crescimento sem cooperação. A evolução de um indivíduo está diretamente ligada
à evolução de toda a humanidade. É uma relação de "se, e somente se".
Há reciprocidade!
"O
homem evolui se, e somente se, a humanidade evoluir com ele."
"A
humanidade evolui se, e somente se, o homem evoluir com ela."
Esta reciprocidade é
expressa fielmente na figura do instrutor. A beleza de professar a sabedoria e
inspirar no irmão o desejo de co-agir (agir em conjunto) com a natureza divina
presente em si e no outro está presente EXATAMENTE no fato de que a instrução é
a representação máxima da cooperação.
Não há instrutor sem
aluno. Mesmo que estejamos instruindo a nós mesmos, em algum momento aprendemos
o que sabemos com o auxílio do próximo. No entanto, se escolhemos instruir apenas
a nós mesmos e resguardamos para nós (ou para um grupo restrito) como privilégio
único e inacessível o direito de APRENDER, cessamos o ciclo sagrado da
instrução e levamos a humanidade a evoluir com passos muito lentos. Amarramos
os nossos próprios pés e, até nesse momento, aquelas santas hierarquias vem em
nosso auxílio e nos fazem enxergar os nós que infelizmente atamos com nossos
próprios pensamentos.
Se voltarmos a pensar
em nossos pensamentos como as mãos com as quais sentimos e modelamos o mundo ao
nosso redor e despertarmos para a realidade de que não existe eu individual
(somos fruto de nossa interação social) seremos compreender o poder que as
ideias e as ações possuem.
É através então da
manifestação suprema da partícula divina existente no homem, sua Verdadeira
Vontade, que somos capazes de produzir a expressão real de nosso ser no mundo.
No entanto, onde poderemos causar influência senão nos pensamentos alheios?
É necessário então que
sejamos capazes de educar nossa própria percepção a fim de que sejamos capazes
de observar profundamente os efeitos de nossas próprias ações e pensamentos:
Aprendei
primeiro nossas leis e educai vossas percepções, caro Irmão. Controlai vossos
poderes involuntários, desenvolvei vossa vontade na direção correta, e vos
tornareis instrutor em vez de estudante.
Mestre Kuthumi
Para isto a Divina Providência, em sua eterna graça, nos inspira constantemente sua voz através do seu Santo Espírito diretamente em nosso coração. Então é assim que devemos compreender:
[...]Hoje,
se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações[...]
Hebreus 3:7-8
O sentido desta
profunda exortação do apóstolo Paulo está descrita neste texto em sua
inteireza. É através da porta da alma, da mansão dos sentimentos, que somos
capazes de ouvir a voz do Eterno. Somente quando somos guiados pelo coração
(atravessando a via que se interpõe ao nosso caminho, tendo-o como porta) e
pela vontade perene de fazer de nossas ações escada para a evolução somos
capazes realmente de agir “ad majorem Dei gloriam”.
Mas que não vejamos
Deus como um ser exterior ao nosso próprio coração. Mas sim como a unidade que
desejamos obter como humanidade evoluída, transmutando o sofrimento declarado
pelo Buda na felicidade eterna declarada pelo Cristo. Interpretemos esta frase
então com um outro significado:
“para
a maior glória de todos nós, na unicidade do Eterno”.