O impulso humano para a ação é composto de pelo menos duas polaridades: a interna, que reflete os desejos e a Inspiração; e a externa, que reflete a influência das múltiplas vibrações exteriores ao homem que influem sobre a sua mente.
Nenhuma ação é puramente exterior, por influência alheia, pois tudo que é Karma (ação), incluindo aí o akarman, é derivado do Pratyaya (temperamento) e do Vritti (reação). O que se diz então é que o homem possui “duas mentes”, partes integrantes da manifestação do Manas (pensador).
Estes conceitos equacionam-se com a natureza do corpo psíquico do ser humano. Sua função é conectar a natureza inferior do homem e o mundo exterior à sua natureza superior e única. No entanto, a forma como se constitui o impede, em primeira mão, de permitir uma visão real do mundo.
Se imaginarmos a mente humana, analogamente, como uma cebola ou um alvo, onde suas “partes” se unem formando um todo bem definível em si, veremos, no centro de todas as partes o Manas. Manas é o que grande parte das escolas ocultistas do ocidente costuma nomear “corpo astral”. Este corpo é nossa parte ultrapessoal e ultraindividual, cuja natureza é única em toda a Criação. É a “alma” que “desperta” o corpo físico. Em termos mais simples: Consciência.
Por ser único e de natureza sutil, Manas precisa de formas intermediárias de manifestação. Ao contrário das duas outras partes da Individualidade, manas não é impessoal. Ele não representa a essência em si, mas a forma pela qual a essência se manifesta. Isto significa que Manas não é um corpo divino, mas a manifestação da natureza divina. É intermediário entre os dois mundos.
Para manifestar-se no corpo físico, a mente que surge ao redor de Manas necessita de dois princípios:
um mais próximo do mundo exterior e outro mais próximo do mundo divino. Estes dois princípios formam o que costumamos nomear Pensamento.
A natureza mais próxima de Manas é Pratyaya. Pratyaya é o que chamamos no ocultismo ocidental de Temperamento. É a parte de nosso pensamento/comportamento que nasce conosco. É manifestado através de quatro princípios básicos, análogos aos elementos da Tradição do ocidente:
Esta parte/natureza de nosso pensamento é imutável. Nasce conosco, e morre conosco. Suas nuances são expostas nos aspectos de nosso Tema Natal e demonstram a forma básica de nossa mente. Prityaya pode ser vista como a semente do homem que virá a ser, pois manifesta-se já na menor infância.
Além de Prityaya está Vritti. Vritti é o pensamento/natureza moldável, que se associa ao temperamento e está mais próximo do mundo material. Representa a ligação entre o mundo exterior e a nossa natureza interior. Nossa educação, nossas relações, e tudo que vem do mundo inferior causa impressões em Vritti. Estas impressões, sempre de natureza única, permanecem armazenadas em nossa memória e vão, de acordo com o temperamento manifestado por Prityaya, definir a ação que tomaremos com base em nosso pensamento.
É impossível alterar Pirtyaya. Nosso temperamento é único e definido. No entanto, conhecê-lo é um passo importante para permitir-nos que nossa consciência efetivamente atue seletivamente sobre aquilo que recebemos do mundo e que impressiona Vritti. Não somos receptores perfeitos nem emissores perfeitos. Aquilo que impressiona o nosso corpo astral e perpetua-se em nossa roda de encarnações é uma mistura daquilo que somos ao nascer e daquilo que nos tornamos com o tempo.
Por isso é tão importante aprender a dominar as nossas duas mentes. Entender como estas duas partes de nosso pensamento se unem em um padrão de comportamento define como nós encaramos o mundo e como somos capazes de fazer com que o mundo nos sinta, encare e reaja à nós. Apesar de não ser possível fazer com que as duas naturezas sigam o mesmo caminho, conhecendo a forma como as duas se manifestam na forma de Movimento (ação) é possível fazer com ambas sirvam ao mesmo propósito e que o Carro (mente) se encaminhe na direção correta.